terça-feira, 3 de setembro de 2013

UEM em estado irracional!

Nota de completo repúdio às ações de repressão, opressão e agressão que estão ocorrendo na UEM.

Ensino, pesquisa e extensão. São aspectos que não representam mais o caráter da Universidade Estadual de Maringá. Hoje, a sua essência está no modo repressivo, opressivo e agressivo com que a equipe da vigilância patrimonial da universidade está agindo, com suspeitas de policiais infiltrados (a paisana) – o que implica na quebra do pouco que resta da autonomia universitária.

Interferir arbitrariamente na Autonomia Universitária, garantida pelo artigo 207 da Constituição Federal do Brasil - “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial” -, mais que uma ação irracional, representa a tentativa de neutralizar a consciência humana por uma ideologia medíocre e autoritária.

Relatos de estudantes revelam que, nos últimos dias – 29 e 30/08/2013 –, no período noturno, o espaço público (que é a universidade) não permite mais reuniões e discussões de estudantes, principalmente daqueles com aparência e personalidade crítica.

É um verdadeiro esquema de perseguição e repressão de estudantes, totalmente injustificável, irracional e fascista!

Sabemos que os vigias não recebem o devido e necessário treinamento para exercer a função. Desta maneira, se tornam vulneráveis às decisões autoritárias e obscuras da administração da universidade, em especial, do reitor Júlio Santiago que tem, certamente, pela sua omissão, a conivência da vice-reitora, Neusa Altoé, que alega ser “contra” a entrada de polícia no campus.

Dizer simplesmente que muito do que a UEM conquistou até hoje, inclusive a sua gratuidade, se deve ao processo de mobilização e resistência do Movimento Estudantil, sem estar de fato do lado dos estudantes, apenas representa a mediocridade política da administração da universidade.

O que fica evidente é que todo e qualquer estudante é suspeito! Mas suspeito de que? De estudar e fazer valer o seu direito? Ou será de ocupar o que é público, portanto, também seu? Ou então por estar exercendo o seu direito de liberdade de expressão e reunião?

A Educação nos dias de hoje, presa nos moldes burocráticos que atendem aos interesses da classe dominante e exploradora, já não possui nenhuma racionalidade do ponto de vista da formação humana integral. E quando a comunidade universitária e externa ousou questionar essa lógica da austeridade e apontar a possibilidade de outros modos de organização social, a imprensa cumpriu seu papel de cão de guarda ideológico dos donos do poder, com imagens e notícias sensacionalistas que degradam o ensino público, dito como o “melhor do Paraná”. São publicações ridículas e totalmente desprezíveis para a mínima compreensão da realidade. Uma mídia que é o verdadeiro exemplo da extrema irracionalidade!

Essa mesma comunidade que, há anos, está sendo perseguida e oprimida, de forma injustificável, é a mesma que, hoje, está sendo valorizada pelo seu produtivismo nos informativos da UEM: “cursos da UEM tem avaliação máxima no Guia de Estudante da Abril”; “cresce o reconhecimento dos pesquisadores da UEM no CNPq”; entre outras. Ora, todos esses resultados importantes e qualitativos são reflexos de uma comunidade pensante, integrada num complexo social maior (a sociedade), portanto, vulnerável aos mesmos vícios desta - como álcool e outras drogas -, que afeta direta e indiretamente todos os setores da universidade – docentes, técnicos e estudantes.

Evidentemente, as contradições sociais fazem parte do nosso cotidiano. No entanto, a sua compreensão não se dá na obscuridade da irracionalidade, mas sim na ação humana consciente com vistas à transformação e emancipação social.

Deste modo, o CAFF – Centro Acadêmico Florestan Fernandes de Ciências Sociais/UEM, com apoio do MEK – Movimento em defesa da Educação para além do Capital e do DCE – Diretório Central dos Estudantes “Movimente-se”, declara seu COMPLETO REPÚDIO à determinação retrógrada, autoritária e obscurantista da administração da universidade em tentar neutralizar as manifestações políticas e culturais da comunidade universitária, que muito contribui para o crescimento e valorização desta cidade e região nos seus diversos aspectos.

É necessário utilizar todos os meios disponíveis para barrar essa medida reacionária, para defendermos a dignidade e a autonomia da comunidade universitária. O obscurantismo precisa ser derrotado!

Por uma luta coletiva, classista e consciente! Em defesa da comunidade e da autonomia universitária!

CAFF – Centro Acadêmico Florestan Fernandes de Ciências Sociais.
MEK – Movimento em defesa da Educação para além do Capital.
DCE – Diretório Central dos Estudantes (“Movimente-se”).
Maringá/PR, 03/09/2013.

Movimento CCH - Esta História é sobre Você!

MOVIMENTO CCH.
ESTA HISTÓRIA É SOBRE VOCÊ!

VOCÊ que está na Universidade Estadual de Maringá há algum tempo sabe, e quem entrou agora começa a saber, que enfrentamos todos os dias problemas e dificuldades que interferem fundamentalmente na nossa formação. Ou você não tem problemas com seu bloco, com sala de aula, com falta de materiais, com falta de professores e técnicos, não se incomoda com o R.U. fechado e a transposição, com a falta de uma política cultural, e tantas outras coisas?! 

Historicamente, os estudantes têm se mobilizado e reivindicado a necessidade de melhores condições para ensino, pesquisa e extensão para toda a universidade. Inclusive a conquista da gratuidade da UEM se deve ao processo de mobilização social que teve a intensa participação dos estudantes. Porém, você pode questionar tudo isso e dizer que não leva a nada, que o Movimento Estudantil não conquistou nada de concreto para nossa universidade. Mas você já parou pra pensar no por quê e nos motivos que levaram e ainda levam a mobilização dos estudantes? E a razão pela qual as respostas da reitoria, dos governadores e secretários serem sempre vazias e sem perspectivas?

Se olharmos numa conjuntura mais geral, para além do nosso cotidiano, do nosso curso, dos nossos casos isolados e até da nossa universidade, talvez seja possível compreender o por quê de tantos problemas que afetam direta e indiretamente todos nós. E, dessa maneira, entender a razão pela qual a reitoria, os governos federal, estadual e municipal não conseguem dar respostas coerentes e plausíveis sobre nossas demandas, ou seja, sem nenhuma indicação de planejamento e mudanças concretas.

Nas últimas décadas as instituições privadas cresceram vertiginosamente, absorvendo mais de 80% das vagas ofertadas ao ensino superior, enquanto as instituições públicas perderam seus espaços e sua força política (autonomia). Um claro e vergonhoso processo de privatização da educação pública! Este crescimento não ocorreu simplesmente por uma iniciativa privada, mas teve incentivos políticos e financeiros significativos e decisivos de governos (federal, estadual e municipal), reduzindo, assim, os investimentos necessários para o funcionamento das universidades e escolas públicas. Sabemos que tal processo prejudicou (e ainda prejudica) os diversos aspectos e setores da UEM: estrutural, contratação de docentes e técnicos, materiais didáticos e pedagógicos, livros para biblioteca, suporte digno às extensões, assistência estudantil e cultural, entre tantos outros. Um verdadeiro esquema de precarização e sucateamento do ensino público!

Será que nada disso tem a haver com os problemas que enfrentamos todos os dias na nossa universidade e no nosso curso?!

Como podemos esperar que nossas demandas, em função dessa lógica de precarização e privatização do ensino público, sejam de fato atendidas, se o governo federal, em comunhão com os governos estadual e municipal, leva adiante uma política econômica que prioriza investimentos privados ao invés de apoiar sólida e concretamente as nossas necessidades vitais, como transporte, saúde e educação?! E se na folha de pagamento do governo 44% de todo o orçamento da União é destinado aos bancos e apenas 3% ao ensino público, como pensar a Educação como uma prioridade?!

Essa política de favorecimento do privado em detrimento do público é incorporada pela Presidenta, o Secretário da SETI (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), o governador, o prefeito e, inclusive, o reitor Júlio Santiago e a vice-reitora Neusa Altoé. Portanto, essas alianças estão diretamente ligadas à diminuição do quadro de professores, à falta de funcionários que são substituídos por bolsas-trabalho, à falta de uma política de assistência estudantil e de maior acesso e permanência na Universidade, política cultural. E mais, muito mais coisas, estão de pleno acordo com as políticas adotadas por todos eles! E é por esse motivo que precisamos de uma luta coletiva e contínua! Por isso as mobilizações não podem parar! Cada vez mais percebemos que é só com grande mobilização e com o fortalecimento e avanço consciente do nosso movimento que conseguiremos pressionar, para que o nosso projeto de uma Universidade pública, gratuita, laica, de qualidade e de maior acessibilidade seja de fato construído.

VAMOS JUNTOS LUTAR E CONSTRUIR UM NOVO PROJETO DE UNIVERSIDADE PÚBLICA!

PARTICIPE DAS REUNIÕES E DISCUSSÕES, AFINAL ESTA HISTÓRIA É SOBRE VOCÊ!


PRÓXIMA REUNIÃO: 12/09/2013, QUINTA-FEIRA, ÀS 18 H, NO CA DE HISTÓRIA (PRÓXIMO CANTINA-QUIOSQUE E COPIADORAS). COMPAREÇA!

domingo, 1 de setembro de 2013

Banqueiros capturaram o estado brasileiro. Auditoria da Dívida Já!

Vamos exigir AUDITORIA DA DÍVIDA, que absorveu 43,98% dos recursos federais em 2012, enquanto a Saúde recebeu apenas 4,17%, a Educação 3,34%, Segurança 0,38%, Transportes 0,7% e Habitação apenas 0,01%.
O pagamento da dívida pública consome, a cada ano, cerca de metade do orçamento federal, conforme demonstra, por exemplo, o gráfico seguinte, referente ao ano de 2012. O endividamento é o principal entrave ao atendimento imediato dos direitos reivindicados por milhões de brasileiros(as), objeto das diversas manifestações populares ocorridas durante o mês de junho. Em centenas de cidades de nosso País, o povo foi às ruas reivindicando melhoria dos serviços de saúde, educação, transporte, segurança, dentre outros.

 

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Se for devidamente enfrentado o problema da dívida pública, que tem absorvido tantos recursos em todos os âmbitos de governo (federal, estadual e municipal), não faltarão recursos para o atendimento às demandas sociais.
O Equador comprovou tal assertiva. Em 2007, o Presidente Rafael Correa criou, por meio Decreto Executivo no 472, a Comissão para a Auditoria Integral do Crédito Público, que auditou a dívida pública com participação da sociedade civil. Considerando que o relatório da auditoria realizada indicava inúmeras ilegalidades e ilegitimidades no processo endividamento externo daquele País – bastante semelhantes às encontradas no endividamento brasileiro e de outros países da América Latina – o governo equatoriano conseguiu anular cerca de 70% da dívida externa com os bancos privados internacionais (Bonos Global 2012 e 2030), o que possibilitou expressivo aumento nos investimentos em educação, saúde, transportes, entre outros.
Portanto, é necessário avançar na regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas, rever a sistemática do Imposto Territorial Rural, corrigir e tornar verdadeiramente progressiva a tabela do Imposto de Renda, aplicando-a aos ganhos de capital, para que o sistema tributário seja um instrumento de justiça fiscal, invertendo-se a perversa lógica tributária atual.

Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida - http://www.auditoriacidada.org.br (acesso 31/08/2013).
Coordenadora nacional: Maria Lucia Fattorelli.