A greve dos servidores da UEM
foi deflagrada no dia 11 de setembro, e desde então os estudantes da
Universidade se deparam com a dificuldade diante das aulas, pois dependem da
posição de seus professores diante da greve para saberem se terão aulas, e
pior, em que CONDIÇÕES. Alunos do curso de Educação Física deliberaram um
boicote às aulas, pois alguns professores insistiam em ter aulas debaixo de
árvores, e ouve-se que alguns professores da universidade estão tentando levar
alunos para salões de festas em prédios, o que não caracteriza um ambiente
propício para a prática de ensino.
Devemos salientar aqui que tal
condição não é exclusiva dos tempos de greve, mas cotidianamente os estudantes
enfrentam situações em que igualmente não têm condições para estudar. A falta
de estrutura é um problema que devemos encarar seriamente, pois já nos afeta hoje
com a falta de blocos, falta de armários na biblioteca, a falta de espaço no
R.U, e precisamos ainda nos dar conta que com a abertura dos cursos novos essa
situação piora ainda mais, são mais estudantes entrando e a precariedade na
Universidade só aumenta. E essa precariedade não está surgindo agora, mas ela é
um processo histórico que vem acontecendo há 30 anos com o avanço do
neoliberalismo e a conseqüente privatização
dos serviços públicos, e com essa perspectiva em mente, durante a Assembléia Geral
dos Estudantes realizada no dia 14/09, entendemos que é muito infeliz da parte
dos professores o não apoio à essa greve legítima dos servidores, assim como
essa triste separação da categoria entre PROFESSORES e SERVIDORES, pois
consideramos que todos são funcionários públicos, e sua união é essencial para
um movimento de luta contra um INIMIGO COMUM: a precarização, a privatização e o
governo estadual que é o principal agente dessas tendências.
Frente a esse acúmulo de
problemas derivados da precariedade e a condição de greve, os estudantes
decidiram parar, encampar e expandir a luta. Não é possível que frente à esse
conjuntura não tenhamos também uma pauta e nos mobilizemos para reivindicá-la!
Faltam-nos professores e muitos ainda vão se aposentar, porém com a falta de
autonomia da universidade em relação ao governo, ficamos sem perspectiva de
abertura de concursos e contratações, e o mesmo em relação aos técnicos, sobre
os quais a política é de terceirização. Somado a isso ja é claro que a falta de
servidores é suprimida pelas bolsas trabalho recebidas pelos alunos, fazendo
com que não haja contratação e ainda por cima colocando os alunos que precisam
de ajuda financeira em condição de trabalhador, quando este deveria estar
estudando e recebendo bolsas de pesquisa para estudar. Na mesma linha, vemos
que ainda não conquistamos a casa do estudante, que é essencial para os alunos
que não podem pagar os caros aluguéis da cidade, inviabilizando muitas pessoas
do seu direito de estudar. E as pautas não param por aí e precisam ser
construídas, e para isso precisamos nos organizar e lutar!
Diante disso,
chamamos todos os alunos de Ciências Sociais para participarem da Assembléia
dos estudantes dos cursos do CCH para conversarmos sobre nossas pautas específicas
e a adesão à greve. Será realizada SEGUNDA-FEIRA, às 17h30 no gramado do CAFF.
Também fica o chamado para sairmos em passeata junto aos servidores, também
nessa segunda-feira, às 8h.
Thais Pimentel