domingo, 16 de setembro de 2012

NOTA DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA DE CENTRO



                A greve dos servidores da UEM foi deflagrada no dia 11 de setembro, e desde então os estudantes da Universidade se deparam com a dificuldade diante das aulas, pois dependem da posição de seus professores diante da greve para saberem se terão aulas, e pior, em que CONDIÇÕES. Alunos do curso de Educação Física deliberaram um boicote às aulas, pois alguns professores insistiam em ter aulas debaixo de árvores, e ouve-se que alguns professores da universidade estão tentando levar alunos para salões de festas em prédios, o que não caracteriza um ambiente propício para a prática de ensino.
                Devemos salientar aqui que tal condição não é exclusiva dos tempos de greve, mas cotidianamente os estudantes enfrentam situações em que igualmente não têm condições para estudar. A falta de estrutura é um problema que devemos encarar seriamente, pois já nos afeta hoje com a falta de blocos, falta de armários na biblioteca, a falta de espaço no R.U, e precisamos ainda nos dar conta que com a abertura dos cursos novos essa situação piora ainda mais, são mais estudantes entrando e a precariedade na Universidade só aumenta. E essa precariedade não está surgindo agora, mas ela é um processo histórico que vem acontecendo há 30 anos com o avanço do neoliberalismo e a conseqüente  privatização dos serviços públicos, e com essa perspectiva em mente, durante a Assembléia Geral dos Estudantes realizada no dia 14/09, entendemos que é muito infeliz da parte dos professores o não apoio à essa greve legítima dos servidores, assim como essa triste separação da categoria entre PROFESSORES e SERVIDORES, pois consideramos que todos são funcionários públicos, e sua união é essencial para um movimento de luta contra um INIMIGO COMUM: a precarização, a privatização e o governo estadual que é o principal agente dessas tendências.
                Frente a esse acúmulo de problemas derivados da precariedade e a condição de greve, os estudantes decidiram parar, encampar e expandir a luta. Não é possível que frente à esse conjuntura não tenhamos também uma pauta e nos mobilizemos para reivindicá-la! Faltam-nos professores e muitos ainda vão se aposentar, porém com a falta de autonomia da universidade em relação ao governo, ficamos sem perspectiva de abertura de concursos e contratações, e o mesmo em relação aos técnicos, sobre os quais a política é de terceirização. Somado a isso ja é claro que a falta de servidores é suprimida pelas bolsas trabalho recebidas pelos alunos, fazendo com que não haja contratação e ainda por cima colocando os alunos que precisam de ajuda financeira em condição de trabalhador, quando este deveria estar estudando e recebendo bolsas de pesquisa para estudar. Na mesma linha, vemos que ainda não conquistamos a casa do estudante, que é essencial para os alunos que não podem pagar os caros aluguéis da cidade, inviabilizando muitas pessoas do seu direito de estudar. E as pautas não param por aí e precisam ser construídas, e para isso precisamos nos organizar e lutar!
Diante disso, chamamos todos os alunos de Ciências Sociais para participarem da Assembléia dos estudantes dos cursos do CCH para conversarmos sobre nossas pautas específicas e a adesão à greve. Será realizada SEGUNDA-FEIRA, às 17h30 no gramado do CAFF. Também fica o chamado para sairmos em passeata junto aos servidores, também nessa segunda-feira, às 8h.

Thais Pimentel