quarta-feira, 18 de junho de 2008

Assembléia [04/06/2008]

Em Assembléia da última quarta-feira, 4 de junho de 2008, o Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UEM [Florestan Fernandes], através da decisão por consenso, deu um importante passo em direção a uma forma de organização social que fuja dos vícios alienantes da sociedade em que somos inseridos.

Por anos, a representação inerente ao curso de Ciências Sociais esteve vinculada às formas mais puras e não representativas da democracia eleitoral.

Escolhiam-se chapa(s) e, a partir dela(s) [por vezes, a opção era uma chapa única], após um processo minimamente legitimador de votação, todo o curso depositava na mão de indivíduos dotados de certo "ativismo político" todas as representações e deliberações referentes aos interesses do grupo ali "representado".

Importantes na construção do Centro Acadêmico Florestan Fernandes da UEM, as gestões anteriores, com os vícios e virtudes que têm na alienação dos representados o vilão principal, cumpriram seu papel histórico e a eles devemos críticas e elogios, que certamente serão feitos, com o tempo e espaço apropriado.

O que aqui vem é o novo: é a promoção da auto-gestão.

Só serão alheios às decisões do CA de Sociais da UEM, a partir de hoje, aqueles que, por inoperância, apatia ou impossibilidades fatídicas, não quiserem participar das tomadas de decisões deste pequeno, porém importante, órgão de representação estudantil.

A primeira crítica que de imediato se levanta em função da idéia de "auto-gestão" é a do pavor da não realização de nada – como se em projetos que existam uma gestão representativa, houvesse, como regra, execuções. A não formalização burocratizada de uma chapa ou de um grupo política não implica, necessariamente, na não existência de um projeto.

E, para tal, fica definida a existência de Grupos de Execução de Projetos, nos quais seus líderes e membros (escolhidos na Assembléia através do consenso e, se esgotado este, eleito a partir do voto) cumprirão projetos definidos em reunião de todos os grupos que estruturam formalmente esta nova forma de pensar política.

Fica, desde já, pré-estabelecida a existência dos grupos: Estudos e Formação Acadêmica, Finanças, Representação Exterior, Comunicação, Atlética, Eventos e Veteranos. A transformação desta forma para outras que melhor se adaptarem às necessidades do curso não só são bem recebidas como profundamente necessárias.

Estabelecidas essas lideranças e composições de cada grupo, sendo estes absolutamente abertos à participação de qualquer acadêmico (ou ex-acadêmico) do curso, se faz necessário dizer que embora haja independência de ação de cada um, haverá, frequentemente, projetos que vinculem dois ou mais grupos, sendo, portanto, essa forma, apenas indicador de tarefas de execução e não cargos soltos dentro de uma organização estudantil.

Inspirado nos modelos já experimentados de Democracia Direta, fica posto, também, que as decisões relacionadas à nomeação e composição dos Grupos de Execução serão tomadas todas em Assembléia, através de consenso (e, esgotado o consenso, a votação). Estabelecido também, portanto, o fim da forma política do "mandato", já que nenhuma liderança é garantida por tempo determinado e que os que ocuparem as funções gestoras do CA poderão ser sabatinados ou destituídos através de Assembléia a qualquer momento, podendo esta ser convocada por qualquer aluno do curso.

Estão abertas todas as portas da gestão do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UEM, o Florestan Fernandes. Os estudantes estão devidamente convidados a tomarem em suas mãos os seus destinos. A forma que alienava está devidamente destruída.

Comunicação – CAFF /CS – UEM

Auto-Gestão



Nenhum comentário: